A mãe de uma criança de três anos descobriu que a cuidadora deu uma mordida no seu filho. Posteriormente, a servidora foi demitida de uma escola municipal de educação infantil de Cachoeiro de Itapemirim, no Sul do Espírito Santo.
O que aconteceu?
Na última quarta-feira (22), a mãe recebeu uma ligação da escola. Segundo relato, o seu filho teria sido mordido por uma colega de classe.
Contudo, ao chegar na residência, a mãe perguntou ao filho o que houve e quem foi responsável por aquilo. A criança respondeu “a tia mordeu”.
De acordo com a cuidadora, a situação não passou de uma brincadeira.
“Eu fui conversar com ele, explicar que não pode morder, perguntar o que tinha acontecido, porque a gente sabe que às vezes criança faz essas coisas. Mas quando eu perguntei o nome da coleguinha, ele disse que tinha sido a ‘tia’. Eu cheguei a comentar com o meu marido, a gente imaginou que talvez a tal tia tivesse ajudado a separar as crianças, mas de todo jeito pedi para ele me mostrar a pessoa no dia seguinte”, explicou.
Como a mãe confirmou o fato?
Na quinta-feira (23), a mãe, que preferiu não se identificar, levou a criança à escola. Ao chegar no local, o seu filho apontou para uma cuidadora, que é responsável por ajudar um aluno especial da mesma turma.
Então, a mãe conversou com a professora da criança que, por sua vez, disse que a agressão partiu de uma outra criança.
Porém, no final do expediente, ela recebeu, novamente, o contato da direção para falar sobre o caso e foi informada, naquela mesma hora, que seria necessário fazer um boletim de ocorrência.
“A gestora falou comigo que estava todo mundo revoltado, que ela não sabia o que fazer, que uma situação como essa nunca tinha acontecido na escola. A própria gestora acionou o Conselho Tutelar, que também estava lá presente, e acionou a Secretaria de Educação. A cuidadora não estava presente, mas eles disseram que ela confessou que mordeu o meu filho, mas que teria sido uma brincadeira, que ele também a teria mordido”, contou.
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Há registros do caso?
Sim. Segundo a mãe, as câmeras de monitoramento da escola capturaram o momento em que a servidora entra no banheiro com o seu filho. Em seguida, eles retornaram e o pequeno já estaria com o braço machucado.
“Eles estão brincando na área externa, ela pega ele, bota sentado perto da janela, depois entra com ele no banheiro, e o meu filho já sai segurando o bracinho esquerdo contra o corpo. A marca ficou perto da manguinha da blusa, mas ficou escondida. Logo depois ele já chora e reclama, a cuidadora senta na cadeira, conversa com ele… […] Isso me deixou muito mexida, ele pede colo para ela, como se tivesse pedindo ajuda, ele é muito inocente”, contou.
A criança vai mudar de escola?
O aluno não pretende retornar para a instituição, por isso, a mãe deve recorrer a outras creches.
“Eu fiquei revoltada com a situação, comecei a tremer, ele confia nas pessoas, se referiu à cuidadora como ‘tia’. […] Esse é o terceiro ano do meu filho nessa escola. Ano passado, ele amava ir, esse ano já começou a reclamar. As professoras já disseram que ele ficou um pouco mais agressivo. Agora é difícil pra mim, a nossa cabeça fica pensando um monte de coisa, eu não sei o que pensar, se foi a primeira vez. Não sei se as professoras souberam no dia anterior e só falaram porque eu questionei… Eu só agradeço a Deus que o meu filho falou e eu acreditei nele”, finalizou.
O que disse a prefeitura?
De acordo com a Prefeitura de Cachoeiro de Itapemirim, a servidora foi exonerada do cargo. Além disso, foi instaurado um processo administrativo e toda a situação foi encaminhada ao Conselho Tutelar e ao Ministério Público.
A escola não informou o tempo que a profissional atuava na instituição ou se ela era vinculada com outra unidade.
O que disse a Polícia Civil?
A ocorrência está sob investigação da Delegacia Especializada de Proteção à Criança e ao Adolescente e ao Idoso (DPCAI) de Cachoeiro de Itapemirim.
O nome da creche e da criança não serão divulgados, uma vez que se trata de um caso envolvendo um menor de idade.
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