A psiquiatra Júlia Khoury estuda a relação das pessoas com os aparelhos eletronônicos na Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). De acordo com ela, alguns sinais ajudam a identificar que o seu filho está viciado no celular, como dificuldade de realizar outras atividades para ficar vidrado na tela e alteração de comportamento.
Logo abaixo, o Guia da Criança revela outros sinais que podem ajudar os pais a identificarem esse vício e a procurarem soluções mais assertivas para esse problema. Acompanhe e tire suas dúvidas.
Quais são os sinais que o filho está viciado no celular?
1. Mudanças de comportamento e irritabilidade
Quando uma criança demonstra sinais de irritação, impaciência ou agitação quando não tem acesso ao celular, isso pode indicar dependência. Muitas vezes, elas se tornam nervosas quando o tempo de tela é limitado ou o dispositivo é retirado. Esse comportamento mostra uma ligação emocional excessiva com o aparelho, gerando frustração quando o acesso é interrompido.
Isso acontece porque, segundo a Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), o contato com dispositivos eletrônicos mexe com o cérebro do seu filho. Isso é um grande problema pois ele ainda não está maduro para administrar impulsos e fazer julgamentos. O pequeno também tem dificuldades para manter a concentração e tomar decisões.
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2. Comprometimento das atividades diárias
Foto: Canva
Outro indício importante é quando o uso do celular interfere nas atividades rotineiras. Se a criança deixa de brincar ao ar livre, perde o interesse por jogos que não envolvem tecnologia ou se recusa a participar de atividades em família, isso pode ser um sinal de alerta. O celular começa a ocupar um espaço prioritário, reduzindo o engajamento em experiências sociais e cognitivas importantes para o desenvolvimento.
3. Queda no desempenho escolar
O impacto do uso excessivo do celular também é percebido no desempenho acadêmico. Dificuldades de concentração, atraso na entrega de tarefas e desinteresse pelos estudos podem ser causados pelo tempo excessivo em frente à tela. A atenção dispersa compromete o aprendizado e resulta em notas mais baixas e em dificuldades de retenção de informações.
4. Distúrbios do sono
O uso do celular antes de dormir está diretamente ligado à qualidade do sono. A luz azul emitida pela tela reduz a produção de melatonina, hormônio que regula o sono. Crianças viciadas em dispositivos móveis tendem a dormir menos e a apresentar dificuldades para adormecer ou manter um sono reparador. A falta de descanso adequado compromete o humor, a memória e a capacidade de aprendizado.
5. Isolamento social
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Crianças que preferem ficar sozinhas usando o celular a interagir com amigos e familiares podem estar desenvolvendo um comportamento compulsivo. O isolamento social é um sinal claro de que o mundo digital está substituindo conexões reais e interações saudáveis, fundamentais para o desenvolvimento emocional e social.
6. Desconforto sem o celular
Crianças que demonstram ansiedade ou inquietação quando o celular não está por perto indicam sinais de dependência psicológica. Esse comportamento é caracterizado pela necessidade constante de verificação de mensagens, jogos ou redes sociais.
7. Mentir sobre o tempo de uso do celular
Se a criança mente ou minimiza o tempo que passa no celular, isso é um forte indicativo de comportamento compulsivo. Ela pode esconder o dispositivo ou usá-lo às escondidas, mostrando que tem consciência do uso excessivo, mas não consegue controlá-lo.
8. Falta de interesse em outras atividades
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Uma criança viciada no celular geralmente perde o interesse por atividades que antes lhe davam prazer, como hobbies, leitura e jogos de tabuleiro. O foco exclusivo na tecnologia limita a diversidade de experiências e reduz as oportunidades de desenvolvimento integral.
9. Problemas de visão e dor de cabeça
O uso prolongado do celular pode provocar fadiga ocular, olhos secos e dores de cabeça. Esses são sintomas comuns em crianças que passam horas olhando para a tela, especialmente sem pausas adequadas ou limites de tempo.
Como combater o vício em celular?
Para evitar que o uso do celular se torne prejudicial, os pais devem estabelecer regras claras e promover um ambiente equilibrado. Limitar o tempo de tela, incentivar atividades ao ar livre e envolver a criança em interações sociais e familiares são passos importantes.
O uso consciente da tecnologia é uma habilidade que pode ser ensinada, garantindo que as crianças aproveitem os benefícios do mundo digital sem comprometer seu desenvolvimento.
O vício em celular entre crianças é um desafio crescente no mundo moderno, mas identificar os sinais de dependência é o primeiro passo para uma intervenção eficaz. Mudanças comportamentais, queda no desempenho escolar, distúrbios do sono e isolamento social são alguns dos indícios que exigem atenção dos pais e responsáveis.
Estabelecer limites saudáveis, oferecer alternativas de lazer e promover o diálogo sobre o uso consciente da tecnologia são estratégias essenciais para evitar que o problema se agrave. Com equilíbrio e orientação, é possível aproveitar os benefícios dos dispositivos móveis sem comprometer o bem-estar das crianças.
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