Se você é evangélico e tem filhos em idade escolar, provavelmente já se deparou com essa dúvida: “Meu filho pode dançar quadrilha na escola?” Ou talvez você mesmo seja estudante e esteja se perguntando se é correto participar dessa atividade.

Esse é um tema que gera discussão entre pais, professores e líderes religiosos. Algumas pessoas veem a quadrilha como uma simples brincadeira tradicional, enquanto outras acreditam que ela pode entrar em conflito com princípios cristãos. 

Vamos explorar essa questão com profundidade para que você possa tomar a melhor decisão de acordo com sua fé e suas convicções.

O que é a quadrilha junina?

A quadrilha é uma dança típica das festas juninas, uma celebração popular no Brasil. Com inspiração nas danças de salão europeias, como a contradança francesa, a quadrilha chegou ao Brasil no século XIX e, ao longo do tempo, se misturou com elementos da cultura popular, especialmente nas regiões Nordeste e Sudeste.

Durante as festas juninas, a quadrilha é um dos pontos altos, reunindo crianças e adultos em uma coreografia animada, com comandos como “anavantur”, “balancê” e “caminho da roça”. Os participantes se vestem a caráter, com roupas caipiras, e a dança é acompanhada por músicas típicas.

Mas onde entra a questão religiosa nessa história?

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Qual é a relação entre a quadrilha e a religião?

Foto: janaangel22

As festas juninas têm uma forte ligação com tradições católicas, pois celebram santos populares como Santo Antônio, São João e São Pedro. Muitas das atividades dessas festas incluem missas, procissões e orações em homenagem a esses santos.

Por outro lado, a quadrilha em si é vista por muitos como uma manifestação cultural, não necessariamente religiosa. Mesmo assim, algumas igrejas evangélicas consideram que participar de qualquer atividade das festas juninas pode significar um envolvimento indireto com a idolatria ou com práticas não condizentes com a fé cristã.

O que a Bíblia diz sobre isso?

A Bíblia não fala especificamente sobre a quadrilha ou festas juninas, mas traz princípios que podem ajudar na tomada de decisão. Vamos analisar alguns versículos:

1 Coríntios 10:31 – “Portanto, quer comais, quer bebais ou façais outra coisa qualquer, fazei tudo para a glória de Deus.”

Esse versículo ensina que tudo o que fazemos deve glorificar a Deus. Se você acredita que participar da quadrilha não glorifica a Deus, talvez seja melhor evitar.

Romanos 12:2 – “E não vos conformeis com este mundo, mas transformai-vos pela renovação do vosso entendimento.”

Isso significa que os cristãos devem ser cuidadosos para não adotar práticas apenas porque são culturais ou populares.

O que os líderes evangélicos dizem?

A opinião dos líderes evangélicos sobre esse tema varia. Algumas igrejas condenam qualquer participação em festas juninas, enquanto outras adotam uma abordagem mais flexível, considerando apenas as atividades estritamente religiosas como inadequadas.

Muitos pastores recomendam que os pais conversem com seus filhos e avaliem o contexto da quadrilha antes de tomar uma decisão. Se for uma atividade puramente recreativa, sem elementos religiosos, pode ser considerada apenas uma expressão cultural.

Como decidir se deve ou não participar?

Foto: Canva

Se você ainda está em dúvida, aqui estão algumas perguntas para refletir:

  • A quadrilha da escola tem elementos religiosos ou é apenas uma dança?
  • Como você se sente ao participar? Tem paz no coração ou sente que está indo contra sua fé?
  • Você está participando por pressão social ou por livre escolha?
  • Se decidir não participar, como explicará isso de maneira respeitosa para a escola e amigos?

Quais são as alternativas para quem prefere não participar?

Caso você decida que não quer participar da quadrilha, existem maneiras de lidar com a situação sem gerar conflitos:

  • Conversar com a escola – Muitas escolas oferecem atividades alternativas para crianças que não desejam participar da quadrilha.
  • Criar um evento alternativo – Algumas igrejas organizam festas juninas cristãs, chamadas “Festa da Colheita” ou “Arraiá Gospel”, que têm músicas e brincadeiras sem vinculação religiosa com santos.
  • Participar apenas das brincadeiras – Se a quadrilha for um problema para você, mas você gosta das outras atividades da festa, pode optar por participar apenas dessas partes.

Não existe uma resposta universal para essa questão. A decisão de dançar ou não a quadrilha deve ser tomada com base na sua fé, convicções e no contexto em que você está inserido. O mais importante é agir de acordo com a consciência e com respeito tanto às suas crenças quanto às opiniões alheias.

Se você ainda está em dúvida, ore, converse com seus líderes espirituais e tome uma decisão baseada no que acredita ser o melhor para sua relação com Deus.

Escrito por

Matheus Azevedo

Matheus Azevedo é jornalista e escreve para sites como Guia do Gestor e Garagem360. Busca informações de qualidade para que o leitor tenha acesso aos melhores conteúdos sobre o desenvolvimento infantil.

Moro em São Paulo há mais de três anos, apaixonado pelo estado e procuro pelas melhores atrações para você curtir com o seu filho.